Blog de um algarvio, nascido e criado em Olhão, orgulhoso da sua terra, adepto fervoroso do S.C.Olhanense, licenciado em Biologia pela Universidade do Algarve, e mestre em Biologia da Conservação pela Universidade de Évora.
publicado por Ventura | Terça-feira, 05 Fevereiro , 2013, 17:18

(In english here)

Final da manhã do dia 30 de Janeiro no RIAS quando o TV recebeu uma mensagem do FM (vigilante da natureza da Reserva Natural de Castro Marim e Vila Real de Santo António) a avisar que se encontrava um pato-rabilongo nas lagoas em frente à sede da reserva, localizado por um ornitólogo inglês. Foi só o tempo de almoçar até que eu, o TV, a FA, o BHM, o AC e o HP nos deslocámos ao local com o objectivo de observar este belíssimo pato-marinho.

 

Assim que chegámos, recebemos a triste notícia de que o mesmo inglês observou-o a voar em direcção a Espanha até que deixou de o ver. Sem perder a esperança resolvemos dar umas voltas na reserva até que, no topo de um monte a sul da sede, o TV encontrou-o. O único ponto branco num dos braços do Rio Guadiana.

 

 

O pato-rabilongo (Clangula hyemalis) é um pato marinho de médio tamanho, única espécie do género Clangula. Apresenta actualmente o estatuto de Vulnerável pela IUCN. Os machos adultos, no Verão, podem apresentar uma cauda que pode atingir os 10 a 15 cm.

 

Em Janeiro um indivíduo da mesma espécie foi detectado em Odiáxere por P & S Hudson (ver aqui). Até ao final de 2010 foram homologadas 11 observações de Pato-rabilongo no Continente Português.


publicado por Ventura | Segunda-feira, 05 Novembro , 2012, 23:07

Nada melhor do que ultrapassar a barreira das 220 espécies vistas este ano com uma raridade!

 

Trata-se de um Falaropo de Wilson (Phalaropus tricolor) e foi observada por mim, pelo Thijs Valkenburg e pelo Bruno Herlander Martins, no dia 1 de Novembro na ETAR nascente de Faro.

 

 

Esta espécie é uma limícola migradora de pequeno porte, reproduz-se no Norte do continente americano (E.U.A e Canadá) e inverna na região da cordilheira dos Andes, na América do Sul. 

 

É uma ave que raramente pode ocorrer na Europa, estando a sua observação em Portugal sujeita à homologação pelo Comité Português de Raridades.

 

Em Portugal, esta espécie já foi observada (e homologada) por quatro vezes (fonte):

     1988, 9-Abr a 11-Abr, Sapal de Castro Marim, plumagem de Inverno, CC Moore, P Molt (Airo 2)
     1989, 23-Set, Pancas, estuário do Tejo, juv., CC Moore (Airo 2)
     1999, 26-Mai, Vaza-Sacos, estuário do Tejo, CC Moore (Anuário 1)
     2007, 21-Set, ria de Alvor, 1º Inverno, C Key (Anuário 6)


publicado por Ventura | Sábado, 04 Fevereiro , 2012, 19:08

Hoje pelas 18h vi uma Coruja-do-Nabal (Asio flammeus) nas salinas da Fuseta (localização aqui).

 

 

Esta espécie apresenta um estatuto de conservação em Portugal de Em Perigo e em Espanha de Quase Ameaçado, contudo a nível global apresenta um estatuto de Pouco Preocupante.

 

É uma espécie invernante ocorrendo principalmente entre Novembro e Março. Em Portugal, esta espécie ocorre por todo o território continental em baixas densidades e de forma algo localizada, conhecendo-se alguns locais tradicionais de ocorrência, omeadamente zonas estuarinas onde se verifica a sua ocorrência associada a sapais e a salinas, registando-se a sua presença também em certos locais do interior, como por exemplo, Moura (Elias et al. 1998). De acordo com Tomé et al. (1994) o estuário do Sado deve ser um dos principais locais de invernada. (Fonte)

 

Em Portugal é considerada como rara ou pouco comum (Tomé et al. 1994), sendo escassa a informação sobre o seu efectivo populacional, admitindo-se que esteja entre os 50 – 250 indivíduos (Almeida et al. in Cabral et al. 2005). (Fonte)

 

Esta coruja é a ave do grupo dos Stringidae (rapinas nocturnas) que possui hábitos mais diurnos. A coruja-do-nabal é pouco comum e tem uma distribuição muito localizada. A sua abundância está dependente da disponibilidade de roedores para alimentação, pelo que podemos encontrar anos em que a espécie é bastante rara, e outros em que se torna mais frequente, sem nunca deixar de ocorrer em baixos números. No nosso território, é uma ave invernante, que pode ser observada entre Outubro e Março, geralmente nas imediações de zonas húmidas. Por vezes as corujas-do-nabal agrupam-se em pequenos bandos. (Fonte)

 

Mais informações sobre esta espécie aqui.


publicado por Ventura | Quarta-feira, 29 Dezembro , 2010, 23:51

Hoje acompanhei uma libertação de 8 grifos (Gyps fulvus) e 1 milhafre-real (Milvus milvus) com o Centro de Recuperação de Animais Selvagens do Parque Natural da Ria Formosa (RIAS) em Alcaria Ruiva, perto de Mértola.

E, face à proximidade das aves, nada melhor do que levar a máquina nova para poder registar este momento. De todas as que foram tiradas (centenas...), houve uma que me encheu de orgulho e que deixo já de seguida. Trata-se do primeiro bater de asas de um milhafre-real, a caminho da liberdade, segundos após a sua libertação.

Saber que a nossa ajuda no centro tornam estes momentos possíveis faz-nos querer voltar e ajudar ainda mais.


publicado por Ventura | Sábado, 04 Julho , 2009, 01:24

A Via Algarviana é já uma realidade para todos. No passado dia 29 de Maio decorreu a inauguração oficial deste percurso pedestre, no Barranco do Velho, Concelho de Loulé. Neste evento estiveram presentes algumas das principais individualidades da Região do Algarve. Este é um projecto estruturante para o Algarve, do qual a Associação Almargem se orgulha, e cujo responsável, Eng. João Ministro, merece as congratulações de todos, pelo empenho e dedicação mostrados ao longo dos anos em que decorreu o projecto. Acreditamos que a Via Algarviana vai contribuir para que muitos turistas venham a conhecer “o outro Algarve”.

Para mais informções podem dirigir-se à página oficial da Via e podem visualizar o vídeo promocional já de seguida.

(fonte)

 


publicado por Ventura | Domingo, 09 Novembro , 2008, 23:54

Nome comum: Pato-trombeteiro

Nome científico: Anas clypeata

 

Esta ave, facilmente identificável, apresenta uma silhueta atarracada e um bico comprido e largo em forma de colher. Pesam entre 400g e 1kg.

Bastante comum no nosso país, este anatídeo é uma ave invernante, ou seja, passa no nosso país o Inverno evitando o das terras mais a norte donde vem. Costuma chegar ao nosso País nos finais de Agosto, podendo permancer até Abril do ano seguinte. Ocorre praticamente de norte a sul de Portugal, ocupando todo o tipo de habitats aquáticos de baixa profundidade: tanto em lagoas costeiras, como açudes, barragens, pauis ou ribeiras no interior.
Os machos são inconfundíveis, com a cabeça verde, o peito branco, os flancos avermelhados e o seu bico em forma de espátula. As fêmeas são acastanhadas, mas também se identificam facilmente graças à forma do bico.Em voo ambos os sexos apresentam um espelho alar verde.

Tanto pousados, estando na água - meneando o bico constantemente ou utilizando-o como «aspirador», à superfície, na prospecção de alimento - ou em voo, têm um aspecto bastante típico, aparentando um aspecto algo pesado e «curto».

Costuma associar-se a outras espécies de patos, formando bandos muito numerosos.

A sua alimentação baseia-se em algas e plantas aquáticas que apanha com o seu bico, mas também pode consumir insectos e moluscos.

A sua reprodução ocorre entre Abril e Junho. Cada fêmea põe entre 9 e 11 ovos, incubando-os durante 25 dias. As crias iniciam-se no voo 40 dias após a sua eclosão.


publicado por Ventura | Quinta-feira, 23 Outubro , 2008, 11:15

Nome comum: Coruja-das-torres

Nome científico: Tyto alba

 

Pertencente à Ordem dos Strigifomes, e à Família dos Tintonídeos, a Coruja-das-torres tem um aspecto inconfundível. É uma ave de médio porte, medindo entre 29 a 44cm (em adultos), com o seu peso a  variar entre 250 e 700g. Podem apresentar uma envergadura de asas até 90cm. As fêmeas apresentam, geralmente, tamanho superior ao dos machos (25%). Podem viver até 10 anos em ambiente. Apresentam uma cor acastanhada, manchas pretas nas costas e  atrás da cabeça, além de finas manchas pretas ou castanhas por todo o corpo à excepção da parte interna das asas. O seu peito, e a parte inferior do corpo, é branca, podendo apresentar uma cor acizentada ou amarelada. Os seus grandes olhos são cónicos, como é comum nos strigiformes, apresentam uma excelente visão (diurna e nocturna).

Distribui-se por toda a Europa à excepção do extremo norte, Pirinéus e Alpes. Em Portugal ocorre por todo o país, sendo mais comum no centro e sul. A Cororuja-das-torres está associada a biótipos abertos (como pastagens e terrenos agrícolas) ou semi-abertos (montados pouco densos).

Costuma nidificar em quintas, montes, moinhos, celeiros, ruínas e igrejas. A fêmea coloca entre 4 a 7 ovos nas cavidades das árvores ou edifícios, e, com a ajuda do macho, incuba-os durante um mês.

A sua alimentação baseia-se sobretudo em pequenos mamíferos roedores, mas também podem-se alimentar de pequenos pássaros, répteis, anfíbios, peixes e insectos. É uma espécie essencialmente nocturna, procurando alimento sempre alimento 1 a 2 horas depois do anoitecer e antes do nascer do sol.

Nesta altura as principais ameaças à sua sobrevivência são a intensificação da agricultura, a demolição de edifícios antigos, o aumento do uso de agro-químicos para diminuir número de roedores, abate de árvores com os seus ninhos e colisões com veículos.

 

Curiosidades: O seu pescoço pode girar 270º para compensar o facto dos seus olhos serem imóveis. Costumam balançar a cabeça da equerda para a direita quando estão curiosas. 


publicado por Ventura | Sexta-feira, 08 Agosto , 2008, 13:06

Nome comum: Priolo

Nome científico: Pyrrhula murina

 

O Priolo, um passeriforme do género Pyrrhula, tem uma distribuição predominantemente asiática. O único representante continental europeu é a espécie Pyrrhula pyrrhula. Relativamente a esta espécie da Europa Ocidental, as aves do Açores, Pyrrhula murina, apresentam três diferenças fundamentais: são maiores; as coberturas sob as asas e a parte superior da cauda são acastanhados e não brancas; em termos de plumagem os sexos não apresentam dimorfismo sexual evidente. A população actual está limitada a fragmentos de vegetação nativa ainda existentes, na zona este da Ilha de S. Miguel nos Açores.

 

É uma espécie de ave endémica (exclusiva de uma zona/região/país) da Ilha de S. Miguel, mais especificamente da zona montanhosa localizada a leste desta ilha, que abrange os concelhos do Nordeste e da Povoação.
 

Ocorre quase exclusivamente em fragmentos de floresta laurissilva na zona este de S. Miguel, podendo ser observado em determinados pontos de acesso a estes fragmentos: Miradouro da Tronqueira, Malhada, Pico Bartolomeu, Salto de Cavalo e sopé do Pico da Vara. Durante o Inverno deslocam-se parcialmente para zonas de menor altitude, menos sujeitas à força das intempéries.

 

A dieta do Priolo tem como base diversos tipos de vegetação e varia mensalmente conforme novas plantas vão florindo e produzindo sementes. Sete tipos de alimentos são consumidos ao longo do ano: sementes de herbáceas, invertebrados, sementes de arbustos (bagas), sementes de árvores, esporângios e frondes (fetos), musgo e, finalmente, botões florais.
 

Tanto as áreas onde o Priolo praticamente não ocorre, bem como aquelas onde ocorre, estão a ser rapidamente invadidas por Clethra arborea, Incenso e Conteira. A floresta está a sofrer transformações rápidas e a maior parte das plantas exóticas infestantes influenciam negativamente a espécie. O Priolo encontra-se entre as primeiras espécies mais ameaçadas na União Europeia e é actualmente o passeriiforme mais ameaçado da Europa.

O Priolo é uma espécie protegida pela Directiva Europeia das Aves e encontra-se incluída em várias listas de animais ameaçados, quer ao nível nacional (Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal), quer ao nível internacional (IUCN Red List of Threatened Animals), razão pela qual foi criada a Zona de Protecção Especial (ZPE) Pico da Vara / Ribeira do Guilherme (Sítio da Rede Natura 2000), que abrange toda a área de distribuição da espécie, visando assim a sua protecção e conservação. A BirdLife International classifica o Priolo como uma das 25 espécies que precisam de medidas urgentes de conservação na Europa, tendo o estatuto de conservação mais elevado atribuído por esta organização: SPEC - Espécie com Conservação Preocupante na Europaameaçada globalmente.

(fonte)


publicado por Ventura | Quarta-feira, 06 Agosto , 2008, 12:45

Nome comum: Alfaiate

Nome Científico: Recurvirostra avosetta

Nome em inglês: Avocet

 

O Alfaiate, da família Recurvirostridae, é uma ave limícola de tamanho relativamente grande, que possui uma plumagem de coloração branca e preta, o seu bico preto é fino e fortemente encurvado para cima e as suas patas são de cor cinzentas azuladas. É uma espécie colonial, ocasionalmente solitária. Os adultos tendem a regressar para os mesmos locais de nidificação de anos anteriores. O casal é monogâmico de duração sazonal, os seus ninhos são instalados no solo ou em vegetação rasteira, mas sempre perto de água. As crias são precoces e nidífugas, isto é, são capazes de sair do ninho quando eclodem, e que têm capacidade de se auto-alimentarem.

 

Estão principalmente associados a habitats aquáticos, como estuários, salinas, zonas de vasa entre marés, baías pouco profundas, lagoas costeiras, albufeiras de regiões interiores.
 

É uma espécie com uma distribuição desde o Minho até ao Algarve, sendo que os melhores locais de observação são as IBA’s (Important bird areas) do Estuário do Tejo, do Estuário do Sado e a da Ria Formosa, onde existem as maiores concentrações do país.

 

É classificado do ponto de vista trófico, como sendo carnívoro, pois alimenta-se de uma grande variedade de invertebrados aquáticos (insectos, crustáceos e anelídeos), mas também de peixes de pequena dimensão.


Os Alfaiates vêm a Portugal passar o Inverno, sendo essa a melhor altura para serem observados. No sul do país, podem também ser observados alguns indivíduos reprodutores na Primavera e no Verão.
 

O principal factor de ameaça para esta espécie está relacionado com a perda e distúrbio do seu habitat. O crescente interesse sobre a faixa litoral para a instalação de complexos turísticos, tem afectado zonas habituais de descanso, alimentação e nidificação desta espécie, quer pela destruição ou alteração do habitat, quer pelo aumento da perturbação de toda a zona envolvente. Outros factores de preocupação estão relacionados com a contaminação das águas, poluição, predação dos ovos por animais domésticos e selvagens e eventualmente caça.
 

Espécie caracterizada por se concentrar em relativamente poucos locais de invernada, com apenas 10 locais albergando 90% da população invernante na Europa, o que o torna relativamente vulnerável. A população nidificante em Portugal tem o estatuto de Quase Ameaçada e a população invernante de Pouco Preocupante. Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, o Alfaiate é considerado Não Ameaçado.

(fonte)


publicado por Ventura | Terça-feira, 20 Maio , 2008, 19:53

Nome Comum: Andorinha-do-Mar-Anã ou Chilreta

Nome Científico: Sterna albifrons

Nome em Inglês: Little Tern

 

A Andorinha-do-mar-anã é uma pequena ave marinha pertencente à Ordem dos Charadriiformes, onde também se incluem as gaivotas, embora numa família distinta - Sternidae-. É uma espécie migradora, cuja população da Europa Ocidental percorre duas vezes por ano o longo trajecto entre as zonas de invernada, na costa ocidental africana, e as áreas de nidificação, nas costas europeias.

Possuindo um comprimento de 22 a 24cm e uma envergadura de aprximadamente 50cm possui o dorso cinzento; peito, ventre e cauda brancos; asas maioritariamente cinzentas com as penas das extremidades mais escuras; coroa e nuca pretas; testa branca. O seu bico é amarelo com a extremidade preta (na Primavera e inicio do Verão).

A sua alimentação baseia-se sobretudo em pequenos peixes e crustáceos e também insectos, anelídeos e moluscos.

Chegam ao nosso país no mês de Abril onde escolhe e prepara o local do ninho. Nidifica principalmente em colónias, geralmente em grupos de 2 a 50 casais, em zonas abertas junto à água: ilhas isoladas ou penínsulas, praias arenosas ou com conchas, lagoas costeiras, estuários e complexos de salinas.  Em meados de Maio realiza-se a postura de 1 a 3 ovos levando cerca de 20 dias de incubação. Em Junho as crias nascem, acabando por deixar o ninho com 4 a 5 dias de idade procurando refúgio em zonas com vegetação. Levam cerca de 20 dias até estarem aptas a voar.

Entre Agosto e Outubro realiza-se a migração outonal. As crias migram acompanhadas pelos progenitores, sendo ainda alimentadas por estes 2 a 3 meses após efectuarem os primeiros voos.

Embora tenha sido considerada uma espécie comum em Portugal, a Andorinha-do-mar-anã tem actualmente uma distribuição restrita no nosso país, condicionada pela existência de habitat apropriado que não esteja sujeito a uma elevada pressão humana durante a época estival.

É relativamente fácil de observá-la em diversos sectores da costa portuguesa, principalmente no litoral algarvio, mas também nos estuários do Tejo e do Sado, na Ria de Aveiro ou na Lagoa de Santo André.

Como mera curiosidade, a Sterna albifrons é a Andorinha-do-mar europeia mais pequena.


mais sobre mim
pesquisar neste blog
 
Março 2013
D
S
T
Q
Q
S
S

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10
11
14
15
16

17
18
19
20
21
23

24
25
26
27
28
29
30

31


arquivos
links
pesquisar neste blog
 
blogs SAPO