Mas este problema, e o custo associado a ele, pode estar com os dias contados, graças ao desenvolvimento de um novo tipo de filtro cerâmico por pesquisadores do Laboratório Argonne, nos EUA.
O filtro tem poros tão finos que permitem a passagem apenas de moléculas de hidrogénio (H2). É o que se chama nano-filtro ou, membrana.
O novo processo para a produção de etileno é incrivelmente simples. O etano (C2H6), a matéria-prima a partir da qual é produzido o etileno, é simplesmente forçado a passar pelo nano-filtro. Mas apenas as moléculas de hidrogénio passam, deixando o etileno puro do outro lado.
"Esta é uma forma limpa e energeticamente eficiente para produzir um produto químico que antes exigia métodos que eram caros, geradores de resíduos e também emitiam uma grande quantidade de poluentes" afirmou Balu Balachandran, o especialista em cerâmica que dirige a equipa que projectou e desenvolveu a nova membrana de filtração.
Como a membrana deixa apenas o hidrogénio passar, o vapor de etano não entra em contacto com o oxigénio (O2) e o nitrogénio (N2) atmosférico, o que hoje é responsável pela produção dos gases poluentes emitidos pelo processo de pirólise. Como é feita em cerâmica, a membrana resiste a altas temperaturas.
Outra vantagem do novo processo é a possibilidade do reaproveitamento do hidrogénio gerado como combustível para realimentar o próprio processo. Na pirólise, há a necessidade de injecção constante de calor. "Utilizando esta membrana, nós essencialmente fazemos a reacção alimentar-se a si própria" diz Balachandran. "O calor é produzido onde ele é necessário".
O próximo passo dos pesquisadores é encontrar um parceiro na indústria que viabilize a produção em larga escala desta nova membrana.